Esse Brasil, menino,
Tão grande, tão lindo,
Nasceu de um aborto
De uma quenga,
Em plena piracema,
Na hora em que o barco virou,
Nos predestinou,
Em um abandonado porto.
Vive com olhos marejados,
Cabeça e pés encharcados...
E, Não!
Não há Senhora dos Afogados,
De todos os desesperados,
Que possa tirá-lo dessas águas.
Vem desde o descobrimento,
O nosso desnorteamento,
Nossas mágoas!
Esse será destino
Enquanto nos permitirmos narcotizados,
Com essa ridícula vidinha de gado,
Sustentada por futebol, carnaval e novelas,
Que só nos fazem afastar de nossa primavera.
Precisamos acordar e reescrever nosso hino.
Apenas nossa consciência,
Pode nos livrar de tanta indecência!
J. C. Macaré
"Agora eu vou cantar pra os miseráveis"
https://www.youtube.com/watch?v=Zrk0kmFYE8E
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